Suposto convite a radialista pode implodir PSDB local enquanto outros partidos preparam candidaturas próprias
Ultimato
Intimado esta semana pelos
mais poderosos tucanos do ninho a se decidir sobre a filiação ao PSDB para ser
o candidato do partido à Prefeitura de Dourados, o radialista Marçal Filho
analisa e reanalisa e como é o seu perfil, ganha tempo para ter uma visão mais
ampla do cenário político, que não dever ser visto a partir de uma ótica
simplista. Sob pena de se cometer erros primários, que depois se revelam, esses
sim, elementares.
Partido ou governo?
Se o convite é para ser o
candidato do governo é uma coisa, e se for isso, o governador Eduardo Riedel
deveria participar ativamente das negociações. Ou pelo menos, o seu preposto, o
secretário de governo Pedro Caravina. Enquanto isso não acontece, o convite é
para ser o candidato do PSDB, portanto, Marçal continua exercendo a arte em que
ele é mestre, a de empurrar com a barriga.
Ninho lotado
Se o governador se
posicionar a favor do radialista agora, como que fica o compromisso firmado com
o atual prefeito Alan Guedes? Compromisso esse sacramentado desde as eleições
do ano passado, quando Alan apoiou Riedel no primeiro e no segundo turnos, enquanto
teve gente que, para entrar na campanha do segundo turno, precisou de muitos afagos para se decidir, isso depois de conversar com os dois lados da disputa. Valeria
a pena para o governo trocar o certo pelo duvidoso, o simples pelo complicado, o
de time pelo individualista? É preciso montar base própria para o futuro, não é
mesmo senhor governador?
Lei do retorno
Além de todos esses “senões”,
o radialista deve estar com pulga atrás da orelha com relação aos futuros
companheiros de partido, caso se decida pelo PSDB. Em se consolidando como
candidato do partido, contará com o apoio irrestrito e incisivo dos
companheiros? Como será o comportamento do deputado Geraldo Resende quando se
lembrar do “empenho” de Marçal na sua derrota pra Dona Délia? Da mesma forma, como
se comportará o vice-governador Barbosinha ao se lembrar da primeira e única
caminhada no Parque II, quando Marçal, por infelicidade, torceu o joelho e não
pôde mais participar ativamente da campanha...
Como se vê, se subir na árvore o chumbo alcança, se descer o cachorro morde.
Arapuca
Enquanto assiste de
camarote as já conhecidas embarrigadas de Marçal, o vice se antecipa e, segundo
a coluna Antenado apurou, já assinou a ficha de volta ao PSDB, reafirmando o seu
companheirismo e sua fidelidade ao grupo. Aposta que na última hora, como
sempre, Marçal “desiste” e pode sobrar para ele. Aposta também que é o melhor
nome para unir os 2 PSDBs, o do governo e o de Reinaldo Azambuja.
Válvula de escape
O União Brasil seria outra
opção para o radialista, mas aí não teria o apoio do governo e teria que
confiar na dupla Murilo/Rose. Em se tratando de Dourados, o grupo de Murilo se
confunde com o PSDB. Apesar do afastamento entre o ex-governador Reinaldo e o
seu então vice Murilo, basta ver como está sendo feita a reconstrução do União
Brasil na cidade depois do fiasco na eleição passada pra chegar a essa
conclusão. E quem construiria a candidatura pelo União? Todos sabem que Marçal
não tem time para isso. Também não tem habilidade política e muito menos
disposição de largar seu programa na 94 FM para dialogar com presidentes de
partidos e candidatos a vereador.
Novos jogadores
Tudo isso se desenrolando
no ninho tucano e adjacências e no PP o prefeito Alan Guedes segue remando. Vai
corrigindo os rumos e aos poucos melhorando alguns aspectos da sua
administração, como limpeza, iluminação, coleta de lixo, tapa-buraco. Também aposta
na ação social “ao estilo Ari Artuzi”, e no Fonplata, como se percebe. Quando tudo
parecia céu de brigadeiro pro voo do PSDB com Marçal e Cia, a coisa se
complica, o ninho se enche de caciques e pouco índio. Muita conversa de
gabinete e pouco povo.
Para complicar mais ainda, partidos que estão fora do “jogo” começam a querer medir a temperatura do eleitor, e com isso, se desenha um cenário com várias pré-candidaturas alternativas. O PT definiu candidatura própria com Elias Ishy ou Tiago Botelho; o Democracia Cristã com Racib Harb; o PV vai de Jeferson Bezerra; o PSB ensaia com Ferrinho; PTB/Patriota vai experimentar Humberto Teixeira Junior. Somando-se ao candidato do PSDB e do PP, serão de seis a sete candidatos. A história recente mostra que em uma situação dessa tudo pode acontecer, basta querer enxergar.
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