Equipes da PMR (Polícia Militar Rodoviária) e do batalhão rural mantêm vigilância para impedir novo bloqueio do anel viário de Dourados. Nesta segunda-feira (15), indígenas de uma área de ocupação entraram em confronto com policiais militares que foram ao local para desobstruir a rodovia.
Os policiais tiveram de usar bombas de gás e disparar tiros com balas de borracha para obrigar o grupo a retornar para o acampamento. Após a desobstrução da via com uso de uma pá carregadeira, os indígenas se posicionaram no meio da pista e ameaçaram colocar fogo nos veículos que passassem pelo protesto.
Usando escudos, equipes da Força Tática, do Getam (Grupo Especializado Tático em Motocicletas) e do canil avançaram em direção aos manifestantes, que responderam atirando pedras.
Após muita fumaça das bombas e barulho de tiros, os indígenas recuaram e a rodovia foi completamente desobstruída. Quando ainda estavam na rodovia, alguns manifestantes chegaram a atirar pedra com estilingue na direção de jornalistas que cobriam a ação. Não há informação se algum indígena ficou ferido. Ninguém foi preso.
Entenda
Construído para desviar o tráfego de caminhões no perímetro urbano, o anel viário de Dourados liga a BR-163 à MS-156 e à BR-463. A rodovia corta a região norte do município e passa ao lado da reserva indígena e de áreas de ocupação.
Na quinta-feira (11), alegando protesto contra a aprovação de um projeto de lei no Senado estabelecendo o marco temporal para demarcações de terras indígenas, o grupo bloqueou a rodovia perto do trevo com a Avenida Guaicurus (MS-162).
O bloqueio foi retomado na sexta-feira com promessa de ser mantido até que os indígenas recebessem do STF (Supremo Tribunal Federal) um compromisso de derrubar a regra.
No sábado (13), a Polícia Militar prendeu na área um dos principais líderes do grupo, o ex-candidato a governador nas eleições de 2022, Magno Souza, de 41 anos. Ele estava com a prisão preventiva decretada por estupro de vulnerável.
Ontem, liderados pela esposa de Magno, os indígenas retomaram o bloqueio do anel viário. Nayara Arce da Silva afirmou em vídeo divulgado em rede social que a interdição era uma forma de protesto contra a prisão.
Ela disse que Magno teria sido preso por causa dos bloqueios. “Eu quero a liberdade para ele imediatamente. Levaram ele lá por causa disso”, declarou, relacionando a prisão às mobilizações. Entretanto, o mandado havia sido expedido no dia 19 de novembro.