Um policial e dois militares paraguaios foram presos na madrugada desta quarta-feira (2) por envolvimento com a organização criminosa comandada pelo narcotraficante Felipe Santiago Acosta Riveros, o “Macho”, que atua na linha internacional do Paraguai com Mato Grosso do Sul.
As prisões ocorreram no âmbito da Operação Barret, deflagrada pelo Departamento Contra o Crime Organizado da Polícia Nacional em Canindeyú, na fronteira com Paranhos, Sete Quedas e Mundo Novo, por onde saem carregamentos de drogas, armas e munições.
Oito locais foram vasculhados pelos agentes especiais, entre eles um quartel militar e uma “Comisaría”, como são chamadas as unidades da Polícia Nacional no Paraguai.
De acordo com o comissário Luis López, chefe das investigações, ao menos 20 pessoas estão sendo procuradas na operação de hoje. São os chamados “braços executores” do esquema e responsáveis pela lavagem de dinheiro através de imóveis e comércio.
Os militares presos são os suboficiais Rodney Villalba González e Jorge Daniel Villalba. Segundo a investigação, os dois são acusados de fornecer armas e munições do Estado paraguaio à quadrilha de Felipe Acosta.
Já o policial preso é o suboficial major Germán Lezcano Ojeda, lotado no Posto Policial 3, em Yby Yaú, povoado a 90 km de Aral Moreira. Conforme os investigadores paraguaios, “Macho” mantém rede de apoio formada por policiais corruptos para garantir trânsito livre das cargas de drogas e armas em direção ao território brasileiro.
Felipe Acosta é considerado o bandido mais procurado do Paraguai na atualidade. Segundo o governo paraguaio, atualmente a organização dele está enfraquecida devido a constantes confrontos com traficantes rivais e operações policiais.
No dia 28 de junho, três integrantes da quadrilha morreram e três foram presos em ação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e do Codi (Comando de Operações de Defesa Interna) nos arredores de Salto Del Guairá, cidade vizinha de Mundo Novo.
No acampamento localizado em Yvy Porã, foram encontrados quase 900 quilos de maconha, 13 fuzis calibres 5,56 e 7,62 (alguns de origem militar), duas escopetas calibre 12, 734 cartuchos, 21 carregadores de armas longas e cinco uniformes similares aos utilizados pelas Forças Armadas do Paraguai. Três barcos usados para enviar a droga pelo Rio Paraná também foram apreendidos.